Você também concorda que ter somente um gatinho é missão quase impossível? Os felinos são seres apaixonantes e ter mais de um já é realidade mundo afora. Mas você sabe fazer a introdução de um novo gato na sua casa? Sabia que esta introdução não tem um período certo de duração mesmo sendo realizada de maneira correta?

A especialista em comportamento felino e fundadora da Hom home Cat, Bruna Kievel, dá o passo a passo para que seus gatinhos possam conviver felizes e em harmonia. “O novo gatinho deverá ficar isolado em um local da casa em que os gatos residentes não tenham acesso, de preferência, não pode ser o lugar favorito da casa dos gatos residentes”, diz.

Além disso, Bruna alerta que devemos considerar que o novo gato poderá viver neste ambiente por tempo indeterminado, portanto, o local deve dispor de conforto, espaço e proporcionar todos os recursos necessários, tais como arranhador, cama, brinquedos, além, é claro, comedouro, bebedouro e caixa de areia.

“Num segundo momento, é realizada a troca de cheiros entre eles. Esse processo pode ser feito trocando camas, arranhadores e brinquedos entre os cômodos. Isso permitirá que os gatos sintam os cheiros uns dos outros, e se familiarizar com esse novo estímulo”, acrescenta.

A dica aqui é começar aos poucos. “Utilize cobertinhas e brinquedos conforme os residentes e o novo gatinho forem tolerando. Se a aceitação estiver sendo positiva, com uma toalha limpa esfregue o rostinho dos gatos, principalmente na lateral da boca e acima dos olhos. Esse ato estimula a liberação de feromônios e de bem-estar”, conta.

Na terceira etapa é feita a troca de cômodos entre eles. Segundo Bruna, que também é enfermeira veterinária, os residentes passam pelo ambiente do novato, enquanto o novo gatinho recebe livre acesso à casa para explorar e conhecer o ambiente. “Nesse momento, é importante tomar cuidado para que não haja contato visual entre os gatos. Permita, caso o novato se interesse em utilizar a caixa de areia dos residentes, isso auxiliará na mistura de odores mais peculiares”, complementa.

Enquanto isso, todos os indivíduos devem se sentir à vontade e sem expressar sinais de agressividade ou descontentamento. Caso esses comportamentos sejam detectados, o processo deverá ser desfeito imediatamente, retornando-os aos ambientes de origem. O tempo de exploração é variado, podendo levar minutos ou até mesmo algumas horas.

“Passado este período, faremos o processo inverso. O novo gatinho retorna ao local de isolamento inicial, enquanto que os gatos residentes retomam o acesso à casa. Essa etapa é considerada a mais importante”, diz.

Bruna completa: “ofereça a comida predileta deles (sachês, petiscos), colocando o recipiente próximo à porta que divide os cômodos. Dessa forma, estaremos promovendo um momento de associação positiva entre os indivíduos. Vale ressaltar que aqui é onde os gatos farão o primeiro contato visual. Assim que começarem a comer, um de cada lado, abra a porta que os separa de forma lenta e gradual”.

Ah, e só continue o processo caso os indivíduos estejam confortáveis e aceitando a interação. A partir do primeiro contato visual, a reação esperada é que eles literalmente se ignorem e continuem comendo. Caso contrário, interrompa imediatamente o processo e continue exercendo as etapas anteriores, pois, claramente, ainda não é o momento de socializarem. “Portanto, nunca se esqueça, quem determina o tempo de aceitação são os próprios gatos, principalmente os residentes”, explica.

A expectativa de vida de um gato exclusivamente domiciliado é de 15 a 20 anos, então nada de apressar este processo de adaptação, pois ele é determinante para o bem-estar de todos os membros da família.

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