Que os cachorros são os animais preferidos dos humanos não há como negar. Porém, para os apaixonados por gatos como nós, uma ótima notícia: os felinos aparecem na segunda posição da lista, com a estimativa de 22 milhões de animais nos lares brasileiros. 

Especialistas acreditam que os gatos podem se equiparar aos cães na preferência dos donos de pets. No entanto, será preciso mudar a realidade no manejo com esses animais, tanto por parte dos tutores, como dos profissionais que se dedicam a eles.

Isso porque os cães ainda visitam o veterinário muito mais do que os gatos. Dados contam que esse número pode até triplicar no Brasil.

As explicações para o fato são muitas, mas a que lidera o ranking é a personalidade dos bichanos, que se estressam consideravelmente mais ao saírem de casa. 

O que muitos donos de animais não sabem é que existe um profissional especializado em minimizar esses transtornos, o terapeuta comportamental.

Bruna Kievel, pioneira nessa profissão no Sul do país, se formou pela principal instituição de felinos do mundo, a Sociedade Internacional de Medicina Felina (ISFM).

Ela explica que o terapeuta comportamental, como o próprio nome já diz, estuda o comportamento do gato, percebendo o mundo sob a ótica do próprio animal. 

Esse profissional é responsável por diagnosticar possíveis causas para transtornos emocionais, além de tratar o animal e orientar a família sobre manejo e outras formas de tratamento. Em outras palavras, ele trabalha para resolver conflitos entre animais e humanos, sempre focado em promover bem-estar ao pet e sua família”, disse. 

Vale dizer ainda que o grande papel desse profissional é facilitar o processo comunicativo entre as pessoas e seus gatos para que possam compreender melhor a motivação do comportamento, diminuindo conflitos.

Entre os motivos que levam o tutor a procurar esse profissional, estão xixi fora da caixa ou em lugares inadequados, sofás, armários e outros objetivos arranhados, agressividade, vocalização e lambeduras excessivas e dificuldade de socialização.

Na rotina do profissional, compreender as estruturas comportamentais e emocionais dos gatos é imprescindível, como explica Bruna.

Nosso trabalho é analisar e aplicar os conhecimentos científicos para resolver os problemas comportamentais, isso com foco em melhorar a qualidade de vida do gato e impactar positivamente pessoas e pets”, conta.

O terapeuta pode, se achar necessário, inclusive, indicar um psiquiatra especializado em animais para o uso de medicamentos ou terapias complementares. 

Na prática, como revela Bruna, o primeiro passo é avaliar o ambiente onde esse animal vive. A especialista estuda a estrutura familiar, não somente do gato que apresenta o transtorno, mas também dos demais indivíduos.

Entre outras etapas, também estão presentes mapear recursos e um extenso plano de ação para manejar a situação da melhor forma. 

Para quem pensa que a profissão tem apenas desafios positivos, Bruna diz que é preciso estudar muito e se dedicar para obter resultados efetivos. “No final das contas, o que o tutor quer é resolver o problema o mais rápido possível”, acrescenta. 

A rotina de estudos de Bruna é grande, pois além das formações, ela ainda se dedica a meio turno como enfermeira veterinária no primeiro hospital exclusivo para felinos do Rio Grande do Sul, a Chatterie – Centro de Saúde do Gato.

Além disso, lidera a equipe da Rom Home Cat, empresa que fundou em 2019 para atender os bichanos no conforto de suas casas. A área de comportamento veio em 2020 com uma das principais formações da área, o Advanced Feline Behaviour.

Embora já tivesse feito outros cursos dedicados ao bem-estar felino, sabia que esse em especial me levaria a outro nível de conhecimento”, conta.

Atualmente, ela se dedica à conclusão de outra formação, o Feline Nurse, ambos certificados pela American Association of Feline Practitioners. Foi essa instituição, inclusive, que lhe concedeu o título Cat Friendly Veterinary Professional – programa que qualifica profissionais para atenderem os gatos de forma gentil e amigável. 

Ser Cat Friendly é realmente compreender a vida pelas perspectivas dos felinos, interpretando não somente os comportamentos, como seus sentimentos diante do mundo”, diz a especialista que considera essa sua principal missão.

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